quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Martin Luther King, a sociedade e a Bíblia

Esta semana, precisamente no dia 15 de janeiro, o Dr. Martin Luther King Jr. completaria 83 anos de idade. Ele foi, certamente, um dos maiores ícones da luta por liberdade e igualdade da história da humanidade. Em um discurso apaixonado – que tem sido considerado um dos cem maiores discursos da história – ele afirmava: “eu tenho um sonho”. Esse sonho lhe custou a própria vida, mas esse é o grande legado de Luther King, o exemplo de alguém que sabia no que acreditava e sabia que valia a pena viver e morrer por isso.

Movido por valores muito maiores do que a maioria das pessoas poderia entender, o sonho de Luther King é, de fato, um ousado projeto de fé e de sólido humanitarismo. A luta por ele encampada foi inexoravelmente baseada na certeza de que todos os seres humanos foram criados iguais e que por isso podem chamar uns aos outros de irmãos. Em suas palavras:


Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: "Livres, em fim. Livres, em fim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, em fim”.



A luta de Luther King, infelizmente, ainda não encontrou o seu fim. Esse dia, sonhado em seu discurso, ainda não chegou! Pelo contrário. Essa luta tem se tornado cada dia mais cruel, envolvendo não apenas a violência física, mas as violências que se manifestam de maneira difusa. Falo aqui daquelas violências que atingem o interior das pessoas, não o seu exterior, violências que debilitam sua autoestima, sua fé, sua moral, fazendo-lhes sentir-se como meros objetos em uma luta desenfreada por dinheiro e poder.
O mais interessante é que Martin Luther King Jr. encontrou na bíblia a fonte de inspiração para a luta pelos direitos civis e humanos que tanto defendeu. Em 1956, escreveu uma linda carta em que ele falava como se fosse o Apóstolo Paulo escrevendo aos americanos daquela época. Disponível, em inglês, no blog de Ed Stetzer, que dedica essa semana a estudos interessantíssimos sobre Luther King e sua luta pelos direitos civis: (http://www.edstetzer.com/2012/01/martin-luther-king-jr-a-letter.html).
Quero apenas concluir, dizendo que Luther King deixa para nós uma hermenêutica social da palavra de Deus. Ou seja, ele nos faz refletir sobre as inquietações que a bíblia deveria estar provocando nos corações do nosso tempo. A sua história não nos permite continuar inertes na luta pelos direitos humanos, na luta pela dignidade do ser humano, na luta pela concretização dos planos de Deus para a humanidade caída. Luther King jamais empunhou outra arma que não tenha sido a fé inamovível em um Cristo vivo.

Leia também: http://www.edstetzer.com/2012/01/a-closer-look-the-bible-and-ci.html um texto muito interessante, no qual o Kevin L. Smith fala sobre a relação de Luther King faz entre a sua luta pelos direitos civis e a bíblia. Vale a pena.

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